Lesão do manguito rotador

As lesões no manguito rotador são muito comuns. A sua prevalência varia de 7 a 40% da população e a sua incidência aumenta com a idade, principalmente após os 50 anos. Elas podem ocorrer quando qualquer sobrecarga ou dano afete os músculos ou os tendões do manguito rotador.

O que é e importância

O ombro ou cintura escapular é formada por 2 articulações que são:  1 – A articulação acrômio-clavicular, que é a articulação formada pela clavícula e o acrômio (parte lateral da escápula), e 2- a articulação gleno-umeral, formada pela porção superior do úmero (cabeça do úmero) e pela glenoide ( parte da escápula). A articulação gleno-umeral é a articulação com maior mobilidade do corpo humano. O manguito rotador, é um grupo de músculos e tendões que ligam a cabeça do úmero à escápula, exercendo importante função na movimentação dessa articulação e auxiliam também da sua estabilidade.

São 4 os tendões que compõem o manguito rotador: o supra espinhal, o subescapular, o infra espinhal e o redondo menor. O músculo do supra-espinhal se localiza sobre a espinha da escápula e o tendão se insere na tuberosidade maior do úmero e tem como função a elevação do braço. Esse tendão é o mais falado e o mais comumente acometido nas lesões do manguito rotador. O subescapular fica na porção anterior da escápula e o seu tendão se insere na tuberosidade menor do úmero sendo a rotação interna do braço a sua principal função. O infra espinhal está localizado abaixo da espinha da escápula e se insere também na tuberosidade maior do úmero e junto com o redondo menor (pouco acometido nas lesões), exercem a função de rotação externa do braço.

O teto do manguito rotador é formado pelo acrômio (parte lateral da escápula), formando assim o espaço subacromial. O acrômio pode ser de 3 tipos: reto, curvo e ganchoso. Quanto menos reto ele for, maior a chance de causar lesões nessa região. Entre o acrômio e o manguito rotador, está a bursa, que é um tecido que lubrifica essa região e que pode ficar inflamada por alguma alteração local, causando a bursite.

As lesões no manguito rotador são muito comuns. A sua prevalência varia de 7 a 40% da população e a sua incidência aumenta com a idade, principalmente após os 50 anos. Elas podem ocorrer quando qualquer sobrecarga ou dano afete os músculos ou os tendões do manguito rotador. Muitas atividades podem levar a esse tipo de lesão como dormir sobre o braço elevado, esforços repetitivos, carregar peso acima da ombro, traumas ou quedas. Além disso, podem também ser causadas por lesões degenerativas causadas pelo envelhecimento natural e alterações de vascularização principalmente nos tabagistas.

Tipos de lesões

Existem 3 tipos de lesões que podem ocorrer nos tendões do manguito rotador:

  • Tendinopatia
  • Rotura parcial
  • Rotura completa ou transfixante

A tendinopatia ocorre quando os tendões estão “machucados”/ degenerados. Geralmente causadas por uso repetitivo ou excessivo do braço ou alguma sobrecarga. Isso pode ocorrer também com atletas quando envolvidos em esportes que utilizam bastante o ombro como tênis, handebol, vôlei entre outros. Muitas vezes pode ocorrer também a inflamação na bursa (Bursite) o que acaba piorando a dor.

Muitas vezes a tendinopatia é negligenciada e quando não tratada corretamente pode evoluir para uma rotura parcial do tendão. Essa rotura parcial pode estar localizada na parte de cima do tendão (bursal), na parte de baixo do tendão (articular) ou intra substancial (no meio), podendo evoluir com piora da dor.    

E esta lesão parcial quando não tratada ou em decorrência de algum trauma, ela pode evoluir para uma rotura completa ou transfixante, quando toda espessura do tendão está rompida, evoluindo com piora da dor e da função do tendão acometido.

Sintomas

O principal sintoma da lesão do manguito rotador é a dor, principalmente quando a bursite também está presente. A dor geralmente é localizada na parte lateral do ombro, podendo irradiar para o braço. Com menor frequência a dor também pode irradiar para o pescoço e para a parte de trás da escápula. A dor ocorre durante as atividades diárias como coçar a cabeça, vestir uma camisa, deitar-se do lado afetado, pegar algum objeto atrás no carro entre outros e que piora normalmente à noite.

Além da dor, uma diminuição de força também pode ocorrer. Isso pode ser notado quando a pessoa tenta manter o braço acometido elevado e não consegue sustentar. Essa fraqueza ou perda de força é mais frequentemente observada em lesões agudas. Já nas lesões crônicas, os outros tendões e músculos se adaptam, sendo mais difícil observar essa fraqueza.

Diagnóstico

O diagnóstico de uma lesão de manguito rotador é realizado durante uma consulta médica e geralmente confirmada com a realização de exame de imagem.

Durante a consulta, o Dr. Rodrigo Calil faz uma anamnese e um exame clínico detalhado com testes diagnósticos para a suspeita clínica que acabam auxiliando no diagnóstico da lesão.

O exame de imagem mais indicado para a confirmação do diagnóstico da lesão do manguito rotador é a ressonância magnética do ombro. Nesse exame é possível avaliar os tendões do manguito rotador e do bíceps e características desses músculos. Além disso, ossos como o acrômio e a clavícula, a cartilagem articular, o labrum, entre outros também são avaliados. Um outro exame que pode ser realizado para a identificação a lesão do manguito rotador é a ultrassonografia do ombro. Porém, esse exame tem a desvantagem de ser menos detalhado não sendo possível avaliar tantas estruturas como a ressonância magnética além de ser totalmente dependente do profissional que realiza o exame. Por esses motivos a ultrassonografia do ombro é realizada em casos que o paciente não possa fazer a ressonância magnética por algum motivo.

Tratamento

O tratamento da lesão do manguito rotador depende de alguns fatores e deve ser individualizada a cada caso, sempre discutindo as possibilidades com o médico ortopedista, como o Dr. Rodrigo Calil. De maneira geral, as tendinopatias e as lesões parciais são de tratamento não cirúrgico. Nesses casos uma reabilitação bem feita com fisioterapia e medicações para melhorar a dor e a inflamação são geralmente indicadas. Além disso, uma das principais ações para o tratamento não cirúrgico é o repouso do braço evitando movimentos ou exercícios que sobrecarreguem esses tendões para não ocorrer uma piora da evolução do quadro. Na maioria dos casos o tratamento não cirúrgico tende a evoluir bem quando bem realizado e, caso não melhore após 3 a 6 meses de tratamento conservador, a cirurgia pode ser indicada.

O tratamento círúgico de uma lesão do manguito rotador depende de alguns fatores como tipo de lesão, idade do paciente, nível de atividade, quadro clínico com dor e perda de função e falha no tratamento conservador nas tendinopatias e lesões parciais. Roturas completas em pacientes ativos e que utilizem bastante o braço geralmente é cirúrgico. Em pacientes de mais idade com rotura completa porém sem quadro de dor ou piora da função vão muito bem com o tratamento não cirúrgico. Por esses motivos, uma anamnese e um exame físico bem feito e um diagnóstico preciso confirmada por algum exame complementar é fundamental.

A cirurgia que geralmente é realizada para a rotura de tendão do manguito rotador é o reparo dessa lesão com reinserção do tendão acometido no local que ele se rompeu. Além disso, durante o procedimento, outras lesões associadas também são tratadas. Existem algumas técnicas para esse reparo e uma grande notícia sobre essa cirurgia é que com o avanço da medicina ela é realizada por artroscopia, que é um procedimento pouco invasivo realizado por pequenos cortes com a utilização de uma câmera de vídeo dentro da articulação do ombro, melhorando assim o pós operatório e a reabilitação.

Em alguns casos mais graves quando a lesão não é diagnosticada e tratada em uma fase inicial, ela pode evoluir e ocorrer uma retração importante do tendão e o músculo do tendão acometido ficar muito degenerado (com bastante gordura). Nesses casos, o reparo da lesão pode não ser possível e indicado. E além disso, a evolução natural desses casos é o desenvolvimento de uma patologia chamada de artropatia do manguito rotador, quando a artrose está presente junto com a rotura do tendão.

Pós-operatório

Um dos piores pontos da cirurgia de reparo do manguito rotador é o pós-operatório. O uso da tipoia está indicada de 4-6 semanas no pós operatório, devendo evitar movimentação ativa da articulação do ombro nesse período. Muitos pacientes reclamam da dificuldade de dormir com a tipoia.

A fisioterapia passiva deve ser iniciada o quanto antes e a ativa após 4-6 semanas que é o esperado para o tendão cicatrizar, dependendo do tipo de lesão, da qualidade do tendão e da segurança da sutura realizada. A função normal do braço volta ao normal em média após 4 meses da cirurgia dependendo principalmente da reabilitação realizada.

Prevenção

A prevenção é fundamental para evitar uma lesão do manguito rotador e uma evolução na gravidade da lesão. Entre as medidas mais importantes de prevenção podemos citar:

  • Evitar esforços repetitivos com o braço elevado
  • Evitar levantar muito peso acima do ombro, como colocar uma mala em um bagageiro de avião
  • Caso pratique atividade física que utiliza bastante o braço, realizar exercícios de fortalecimento da região sob supervisão para não sobrecarregar a área do manguito rotador.
  • Evitar dormir sobre o braço elevado.

Prevenir é sempre o melhor tratamento. Caso tenha alguma dúvida, agende uma consulta com o Dr. Rodrigo Calil ou mande um Whatsapp.

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