O joelho é a maior articulação do corpo humano, e as possuem estruturas importantes para a sua manutenção que são os os meniscos lateral e medial. Eles garantem estabilidade, auxiliam na transmissão de força e diminuem o impacto dos movimentos. Embora sejam resistentes, eles sofrem desgaste e podem ocorrer lesões nos meniscos, muito comum entre pessoas que praticam esportes. O sintoma que mais se destaca é a dor.
O que é menisco?
Que o corpo humano tem várias cartilagens, não há dúvida. Mas, você sabia que no joelho nós temos dois tecidos fibrocartilaginosos chamados de meniscos? Pois é, os meniscos são estruturas formadas basicamente por fibras colágenas que formam o seu arcabouço. Eles tem o formato de meia lua e se localizam entre a parte superior da tíbia e o fêmur e exercem funções importantes como:
- Transmissão de força para a cartilagem articular da tíbia. Na ausência do menisco, a carga sobre a cartilagem da articular aumenta, aumentando assim o risco de lesão.
- Absorção de cargas de 40 a 60% atenuando as ondas de carga sobre a tíbia.
- Estabilidade articular. Juntos com os ligamentos, os meniscos ajudam a estabilizar a articulação.
- Auxiliam na nutrição dos condrócitos (células presentes na cartilagem), espalhando o líquido sinovial sobre as superfícies articulares
- Propriocepção da articulação, que é a capacidade do corpo reconhecer as mudanças de posição, velocidade do movimento, direção, deformações nos tecidos e realizar a estratégia da contração muscular e coordenação dos movimentos, diminuindo assim o risco de lesões.
O corpo humano possui dois meniscos em cada joelho que são o menisco lateral (que fica na parte externa) e o menisco medial (localizado na região interna).
Portanto, o menisco do joelho sempre conseguirá se adaptar ao formato das superfícies ósseas, por mais que ele seja flexionado. Ainda que ele tenha resistência, diversas causas podem acarretar numa lesão meniscal ou na ruptura do menisco, como o desgaste causado pela idade, impactos causados pelo esporte e algumas doenças. Então se você está curioso para saber um pouco mais sobre o que é menisco, continue lendo esse artigo.
Causas
Como o menisco é requisitado a todo o momento de forma intensa, uma lesão meniscal pode ser muito impactante. Por estar na parte interna do joelho e mais fixo na tíbia, a mobilidade do menisco medial é reduzida, propenso a mais lesões do que o menisco lateral. A maior parte delas está ligada a torções, impactos do mundo esportivo, idade avançada e inclusive algumas doenças. A incidência sobre o gênero é maior em homens, que costumam ser impactos pela lesão aguda no período entre 20 e 30 anos. Já após os 40, as lesões degenerativas são mais frequentes. As doenças mais comuns que podem contribuir para uma lesão do menisco são a artrite reumatoide e a artrose, mas outras doenças que afetam tecidos articulares também podem contribuir.
A idade avançada é um fator de risco, pois normalmente após os 65 anos, as cartilagens do corpo começam a enfraquecer. Além do desgaste de uso, há também a diminuição de circulação de sangue no local. Assim, uma pessoa com mais de 65 anos pode lesionar o menisco apenas por pequenos esforços.
A prática esportiva é fundamental para uma boa qualidade de vida e proteção das estruturas articulares. E especificamente o fortalecimento da musculatura, acaba protegendo essas estruturas. Todavia, o corpo não é um herói e por isso precisa descansar após atividade física intensa, para diminuir o risco de fadiga o que pode acarretar lesões, inclusive a lesão meniscal. Existem algumas atividades que estão mais relacionadas com a lesão do menisco e uma das principais é a hiperflexão do joelho, isto é, quando dobra muito o joelho de forma acentuada, o que acaba aumentando muito a pressão sobre os meniscos, aumentando assim o risco de lesão. Além disso, traumas como entorses de joelho também pode levar à sua lesão. Algumas modalidades esportivas estão relacionadas a um maior risco de lesão do menisco como futebol, basquete, jiu jitsu, dentre outras.
Tipos de lesão
Existem alguns tipos de de lesão meniscal que são mostradas na ilustração abaixo que são:
Sintomas
O principal sintoma relacionado à lesão meniscal é a dor. Porém não é infrequente, alguém ter uma lesão no menisco e não sentir dor. A dor é geralmente causada por uma lesão meniscal instável, isto é, quando existe algum fragmento do menisco solto. Além disso, a dor pode ser causada por uma sobrecarga na tíbia e também por um processo chamado de perimeniscite, que é a inflamação na periferia do menisco. Atividades do cotidiano, como cruzar ou dobrar as pernas e subir escadas, podem ser dolorosas. A localização da dor é bem distinta, depende do menisco atingido, então inicialmente ela pode ocorrer na região interna ou na parte externa, piorando com o tempo. Durante a noite, com o corpo em repouso, pode ser que a dor seja intensa.
Além da dor, pode ocorrer também um derrame articular que é o aumento do líquido dentro do joelho, mas que geralmente está associado a outras lesões, como a lesão da cartilagem.
E um outro sintoma que pode estar presente é o bloqueio articular que ocorre quando existe um fragmento de menisco deslocado e interpõe entre o fêmur e a tíbia causando dor intensa associada ao bloqueio. Nesse casos, quando o joelho permanece bloqueado, é importante procurar um pronto socorro para solucionar o problema.
Diagnóstico
O processo de busca pelo diagnóstico se baseia na análise clínica, no exame físico e nas informações apresentadas pelo paciente é finalizado com o estudo de alguns exames de imagem. Sendo assim, para a consulta com o ortopedista, tenha em mente uma lista com os sintomas e o início deles. Se praticar algum esporte, informe frequência e intensidade. O exame clínico vai ser determinante se houver lesão meniscal. Durante a execução, o Dr. Rodrigo Calil vai induzir movimentos de flexão, rotação e compressão para verificar se há presença de dor, indicativo desse tipo de lesão.
Embora o exame clínico possa indicar que há de fato uma lesão, o diagnóstico só é possível quando a parte interna é avaliada por meio dos exames de imagem. A radiografia tem capacidade de avaliar as estruturas ósseas do joelho como um todo, avaliando a presença de artrose e do espaço articular, podendo indicar alguma suspeita de lesão meniscal. Porém o exame mais indicado para avaliar esse tipo de lesão é a ressonância magnética, que além de lesão meniscal, avalia também outros tipos de lesão como lesões ligamentares e lesões na cartilagem.
Tratamento
O tratamento da lesão meniscal depende de alguns fatores como o tipo de lesão, os sintomas presentes e o nível de atividade do paciente. Se for uma lesão de menisco mais simples, onde o impacto é mais leve, com pouco ou nenhum sintoma, o tratamento de maneira conservadora pode ser indicado.
Como o intuito é diminuir os sintomas e recuperar o menisco, primeiro são ministrados medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios para diminuir a dor e inflamação, além de repouso do joelho. Muitas vezes a fisioterapia está indicada com essa finalidade além de reabilitar com trabalho de ganho de massa muscular. A colocação de bolsa de gelo no local da dor ajuda também a melhorar a dor e a inflamação no local, devendo ser realizada por 20 minutos, de 3-4 vezes por dia, sempre protegendo a pele para que não ocorram queimaduras pelo gelo.
Muitos pacientes tem uma evolução satisfatória com esse tipo de tratamento, sendo indicado na maioria dos casos de lesão meniscal.
Cirurgia
A cirurgia de menisco deve ser uma opção se o tratamento conservador falhar, se a dor continuar ou se houver bloqueio articular. A remoção do menisco deve ser evitada ao máximo, pois ele é muito importante para o bom funcionamento do joelho. O tratamento mais indicado para a lesão meniscal atualmente é a preservação do menisco com a sutura da lesão (meniscorrafia). Porém, para que se realize a sutura, alguns fatores são fundamentais como tipo de lesão, localização da lesão, qualidade do menisco, idade do paciente e nível de atividade. Em alguns casos, quando a sutura não é possível, é realizada a retirada do fragmento do menisco lesionado (meniscectomia parcial) tentando preservar ao máximo o restante do menisco. Por isso é fundamental a discussão com o médico ortopedista como o Dr. Rodrigo Calil, para se definir a melhor estratégia de tratamento.
O procedimento cirúrgico é feito por meio de artroscopia, que é uma alternativa segura e pouco invasiva, diminuindo o tempo de reabilitação. Nele, são feitas pequenas incisões (de duas a três) para a colocação do artroscópio, que é um dispositivo com uma câmera pequena acoplada, e das pinças e instrumentais necessários para o procedimento.
Pós-operatório
Após a cirurgia, o paciente pode receber alta no mesmo dia. Ele deverá permanecer em repouso em casa e deverá tomar alguns cuidados orientados pelo ortopedista. A fisioterapia pode ser iniciada o quanto antes o paciente puder, com o intuito de reabilitar a articulação acometida e restaura da musculatura. A carga no pós-operatório depende do tipo de lesão e do tipo de procedimento realizado. Quando se realiza a sutura meniscal, geralmente a carga na articulação é retardada para não ocorrer sobrecarga nos pontos da sutura. Já nas meniscectomias, a carga pode ser iniciada mais precocemente. O retorno para as atividade habituais e esportivas também depende do tipo de tratamento.
Um ponto é muito importante destacar na cirurgia do menisco. Apesar da reabilitação ser mais complicada e demorada quando se preserva o menisco realizando a sutura, é muito melhor preservar o menisco para evitar o aparecimento de outras lesões e de uma artrose precoce, o que pode ocorrer quando se realiza a meniscectomia. O mundo inteiro de um pensamento nessa questão: “Save the Meniscus”.
Curiosidade
Por muito tempo considerou-se que os meniscos eram estruturas sem função, e por isso a cirurgia de remoção do menisco era comum, realizada desde o século XIX. Apenas no final da década de 1940 é que se percebeu a importância dos meniscos, porque após a extração, foram notados muitos processos degenerativos por artrose. Em detrimento disso, os cirurgiões desenvolveram inúmeras técnicas para retirar apenas o tecido danificado das estruturas, preservando a maior parte deles e atambém a realizaçãoo da sutura do menisco.